"Próxima estação, Paraíso" (diga-se de passagem de paraíso so o nome mesmo)
A porta abriu. Entrou mais gente que o vagão comportaria. Depois entrou mais.
Aquele aperto, empurra, empurra, mulher grávida.
"Olha a mulher grávida passando, cuidado!"
Sempre tem uma mulher grávida no meio né, talvez naquele amasso de gente o bebe saia mais facil.
Mais empurra, empurra. A porta não fecha.
Pra fechar um senhor toma distancia e pula com tudo terminando de amarrotar as pessoas la dentro.
"O gente, calmae! cuidado!"
"Não precisa empurrar!"
"Ai ai. Hunf!" (odeio gente que bufa, acha que um grunhido resolve a situaçao)
As pessoas mantem uma comunicação sem sentido, os que estao sendo empurrados falam pro alto, pra todos ouvirem, mas nunca olha diretamente para a pessoa que empurra. E este, o "empurrador" finge que não é com ele, ou culpa a pessoa de tras com os olhos.
Fico quieto, na minha, amassado e amassando...
A porta fecha e o trem parte.
Aí o comentario escapa, as pessoas nunca conseguem guardar essas coisas, tem sempre que revelar ao mundo.
"Ta cheio né"
Não, ta vazio, ta todo mundo apertado por que em dias de frio a gente gosta de ir trabalhar de conchinha.