terça-feira, 13 de maio de 2008

Contos de uma vida urbana I

Quem vive em São Paulo city e depende do metrô/trem provavelmente conhece a Ponte Orca. Trata-se de um ônibus gratuito que liga certas estações de trem às estações de metrô.
Todo dia costumo pegar na Barra Funda para me livrar de duas baldeações a caminho da Paulista. Têm dias que não consigo, pois funciona somente até as 20h. Certo dia fiquei em dúvida porque eram quase oito horas, mas decidi tentar a sorte.
A fila estava grande, o ônibus encheu. Talvez seja mania de paulista apressado sentar nos bancos próximos a saída, para agilizar o embarque/desembarque.
Sentei a lado de uma mulher que comendo pipoca, daquelas que vem com bacon. Azar o meu, certo? Aguentar o caminho todo aquele cheiro nojento de bacon. Nojento quando a gente está sem fome alguma. Nojento porque a situação ficou nojenta.
O saquinho de pipoca chegava ao fim quando a mulher se desesperou e comeu com muita voracidade até a última migalha.
Como se não bastasse, começou a lamber os dedos fazendo barulhos desagradabilíssimos. Comecei a imaginar os caminhos que a mão dela deve ter passado: trabalho, haste do metro, catraca do metro, dinheiro, boca. Muito higiênico.
Como se não bastasse (2), ela partiu pra limpeza dos dentes com o dedo indicador, que já havia sido lambido anteriormente. E a limpeza durou bastante tempo. Até as sobrinhas do dente foram engolidas (ainda bem, vai que ela decide tirar do dente e jogar no chão).
O cúmulo foi que logo após limpar os dentes, ela começou a limpeza do salão. SIM! Meteu o mesmo dedão indicador no nariz e tirou váriaaaas catotas fazendo bolinha e jogando ao vento. Nojentíssmo. Pena que não chegou a fim.
Depois de limpar o nariz, digo e repito: com o mesmo dedo, ela voltou a limpar os dentes.
Foram os meus 15 minutos mais longos dentro de uma Ponte Orca. Escolhi mal.

Um comentário:

Talita Corrêa disse...

Meu Deusssssssss... acho que eu não aguentaria por mto tempo. Estressaria ou faria algo nojento e pior: involuntário, rs!

Bjo.